Claudia Cardinale, uma das últimas musas da era de ouro do cinema europeu, morreu em 23 de setembro de 2025, aos 87 anos, em sua residência na França.
Nascida em Túnis, na Tunísia, filha de italianos, Claudia transformou um simples concurso de beleza local na porta de entrada para uma carreira internacional, tornando-se um ícone de elegância, talento e força que atravessou fronteiras e gerações.
A atriz ficou eternizada em clássicos como O Leopardo (1963), de Luchino Visconti, 8½ (1963), de Federico Fellini, e Era Uma Vez no Oeste (1968), de Sergio Leone, onde interpretou Jill McBain, uma mulher forte e central na trama. Também brilhou em A Pantera Cor-de-Rosa (1963) e em produções europeias de destaque nas décadas de 1960 e 1970, atuando ao lado de grandes nomes como Alain Delon, Marcello Mastroianni, Jean-Paul Belmondo e Rock Hudson.

Cardinale foi uma das figuras femininas mais memoráveis do spaghetti western, gênero que floresceu na Itália, trazendo personagens complexas e marcantes para um cinema repleto de duelos, intrigas e emoção. Sua presença em Era Uma Vez no Oeste ajudou a consolidar o papel da mulher como protagonista, conferindo profundidade e força dramática ao gênero.
Embora suas trajetórias no cinema tenham seguido caminhos distintos, Claudia Cardinale e Robert Redford compartilham o legado de figuras que definiram a imagem do cinema do século XX. Enquanto Claudia se destacou como musa do spaghetti western e de grandes produções europeias, Redford se tornou ícone do faroeste americano e de clássicos de Hollywood, como Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969). Ambos construíram carreiras marcadas por personagens carismáticos, presença magnética e talento que transcende gerações, tornando-se símbolos eternos de estilos e eras cinematográficas distintas, mas igualmente memoráveis.

Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, incluindo cinco David di Donatello, três Globos de Ouro, além do Leão de Ouro e do Urso de Ouro honorários. Fora das telas, destacou-se como embaixadora da Boa Vontade da ONU, defendendo os direitos das mulheres e projetando sua coragem e determinação além do cinema.
Entre seus últimos trabalhos está The Island of Forgiveness (2022), uma coprodução ítalo-tunisiana que reafirmou o elo entre suas origens e sua trajetória artística.
Com sua morte, o cinema perde não apenas uma atriz, mas um ícone cuja imagem e legado permanecerão vivos, refletidos em cada cena em que brilhou, cada personagem que imortalizou e em toda a inspiração que deixou para gerações de artistas e espectadores.
Com informações da Agência Ansa. Imagens: Creative Commons
